Sobre a aula da última segunda-feira (15/10), trago à tona uma reportagem on-line superpremiada produzida pela NBC. Cinco dias após o atentado que assombrou o mundo, a rede de comunicação norte-americana estampou em seu site uma megaprodução on-line. O trabalho é exibido em flash, reunindo quase todos os elementos disponíveis para uma cobertura digital: áudio, fotos, infográficos, interatividade e entrevistas com autoridades, heróis, vítimas.
O resultado pode ser conferido neste link: THE DARKEST DAY.
Abaixo, algumas das principais imagens da cobertura:
sábado, 20 de setembro de 2008
sábado, 13 de setembro de 2008
O Quarto Poder e a Ética
O trailer do filme O QUARTO PODER (Mad City, 1997), exibido pelo prof. Dimas durante a aula da última segunda-feira (01/09), logo me trouxe à tona um case.
Assistindo às imagens em que Dustin Hoffman interpreta o repórter Max Brackett, viajei no tempo e fui parar no mesmo 1997, ano de lançamento do drama dirigido por Costa-Gravas, um remake do clássico de Billy Wilder, A Montanha dos Sete Abutres (1951).
Há pouco mais de uma década, eu tinha nas mãos uma pauta que renderia, certamente, uma reportagem de repercussão mundial. Porém, engavetei um trabalho que, se para mim poderia render prêmios e reconhecimento, para o personagem principal poderia significar o fim da sua vida.
Eduardo Esídio é o nome do tal personagem. Jogador de futebol do Interior paulista, ele estava se transferindo para o futebol europeu quando descobri que a negociação não seria concretizada. O motivo: ele era mais um portador do vírus HIV. Era o primeiro caso de um atleta brasileiro vítima da AIDS.
Com as provas em minhas mãos e uma série de reportagem na cabeça, telefonei para o Eduardo. Era a única coisa que me faltava para publicar as matérias: a entrevista com o jogador. Desesperado, chorando, ele se surpreendeu pelo fato de saber que um jornalista havia tido acesso à informação. Disse que nem sua própria família sabia do assunto e desligou o telefone meio que ameçando a partir para uma "desgraça".
Diante de uma pessoa que poderia cometer suicídio por uma publicação assinada por mim, recuei. Expus o caso aos meus editores na redação do jornal A GAZETA ESPORTIVA e eles deixaram para eu decidir sobre a veiculação da notícia. Foram mais humanos do que profissionais... Meu lado humano - ou ético??? - também falou mais alto. Optei por dar tempo ao tempo para conseguir outras grandes reportagens.
Eduardo Esídio superou o drama, o constrangimento, o preconceito e os olhares desconfiados dos colegas de clubes e de adversários. No auge de sua carreira, ganhou a bola de prata na Europa por ter marcado 37 gols na temporada de 2000 pelo Universitário do Peru, o que lhe rendeu o título de segundo maior artilheiro do mundo naquele ano, ficando atrás apenas de outro brasileiro, Jardel, com 38 gols marcados pelo Porto, de Portugal.
Quando comparo os desfechos das histórias de Sam Baily (interpretado por John Travolta) no filme O QUARTO PODER e de Eduardo Esídio na vida real, tenho a sensação de que trilhei o caminho certo!
Assistindo às imagens em que Dustin Hoffman interpreta o repórter Max Brackett, viajei no tempo e fui parar no mesmo 1997, ano de lançamento do drama dirigido por Costa-Gravas, um remake do clássico de Billy Wilder, A Montanha dos Sete Abutres (1951).
Há pouco mais de uma década, eu tinha nas mãos uma pauta que renderia, certamente, uma reportagem de repercussão mundial. Porém, engavetei um trabalho que, se para mim poderia render prêmios e reconhecimento, para o personagem principal poderia significar o fim da sua vida.
Eduardo Esídio é o nome do tal personagem. Jogador de futebol do Interior paulista, ele estava se transferindo para o futebol europeu quando descobri que a negociação não seria concretizada. O motivo: ele era mais um portador do vírus HIV. Era o primeiro caso de um atleta brasileiro vítima da AIDS.
Com as provas em minhas mãos e uma série de reportagem na cabeça, telefonei para o Eduardo. Era a única coisa que me faltava para publicar as matérias: a entrevista com o jogador. Desesperado, chorando, ele se surpreendeu pelo fato de saber que um jornalista havia tido acesso à informação. Disse que nem sua própria família sabia do assunto e desligou o telefone meio que ameçando a partir para uma "desgraça".
Diante de uma pessoa que poderia cometer suicídio por uma publicação assinada por mim, recuei. Expus o caso aos meus editores na redação do jornal A GAZETA ESPORTIVA e eles deixaram para eu decidir sobre a veiculação da notícia. Foram mais humanos do que profissionais... Meu lado humano - ou ético??? - também falou mais alto. Optei por dar tempo ao tempo para conseguir outras grandes reportagens.
Eduardo Esídio superou o drama, o constrangimento, o preconceito e os olhares desconfiados dos colegas de clubes e de adversários. No auge de sua carreira, ganhou a bola de prata na Europa por ter marcado 37 gols na temporada de 2000 pelo Universitário do Peru, o que lhe rendeu o título de segundo maior artilheiro do mundo naquele ano, ficando atrás apenas de outro brasileiro, Jardel, com 38 gols marcados pelo Porto, de Portugal.
Quando comparo os desfechos das histórias de Sam Baily (interpretado por John Travolta) no filme O QUARTO PODER e de Eduardo Esídio na vida real, tenho a sensação de que trilhei o caminho certo!
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