A palavra-chave utilizada pelo democrata Barack Hussein Obama para transportá-lo à presidência dos Estados Unidos não foi importante apenas para convencer eleitores na busca por votos. Change, ou mudança, em português, representou também a adesão popular pelo novo formato de mídia.
Obama é o novo e mais forte exemplo bem-sucedido dos efeitos decorrentes da comunicação digital. Sua campanha inaugurou uma forma de fazer política, em que a tecnologia digital permite o debate e o compartilhamento de idéias.
Obama explorou todas as possibilidades imagináveis da Web 2.0.
Através da Internet e dos aparelhos celulares, atraiu e envolveu milhões de norte-americanos em seu site e em redes sociais. Blogs, MySpace, YouTube, Flickr, Facebook, ringtones, widgets, loja virtual, espaços para debates on-line, newsletters, doação on-line… Em todos os espaços possíveis, os experts contratados pelo candidato exploraram suas estratégias digitais.
Exemplo de “político 2.0”, segundo o portal Brainstorm#9, o senador democrata demonstrou estar alinhado com a tendência digital em um de seus comícios. No Central Park, em Nova York, depois de um discurso empolgante, Obama convocou os presentes a se juntarem à campanha. Gritou em alto e bom som algo como “peguem seus celulares agora, digitem “Join” e enviem o SMS para o número X”. Foi o suficiente para que a multidão se conectasse à campanha através do mais “íntimo” dos seus aparelhos.
Curiosamente, o país que elege o candidato digital perde de goleada para o Brasil no quesito tecnologia nas eleições. Por aqui, as filas desapareceram e as apurações são quase que instantâneas, enquanto em território norte-americano o que se vê são filas imensas na corrida às urnas.
Obama, de 47 anos, tornou-se o 44º presidente da história dos Estados Unidos. Será o primeiro negro a chefiar a nação, que ainda carrega fortes lembranças do segregacionismo. Os bastidores da noite da vitória, como não poderia deixar de ser, ganharam destaque através de imagens no FLICKR.
A votação teve comparecimento recorde eleitores: quase 66% dos 153,1 milhões.
O especialista em marketing político digital, Moriael Paiva, deu uma informação interessante à Folha Online. Segundo ele, a vitória de Obama sobre John McCain poderia ser ainda mais esmagadora, já que apenas um a cada quatro eleitores dos EUA é jovem. “Essas pessoas usam muito mais internet do que assistem televisão. Se a gente fosse considerar só essa massa, da 'geração.com', o Obama ganharia de 62% a 31% do McCain”.
Como nem tudo é festa, uma preocupação pertinente foi lançada pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, em seu blog, aos “seguidores” de Obama: “Eles serão perseguidos pelo candidato 24 horas por dia, na internet, no celular, na TV? Será Obama, eleito, o Big Brother digital?”
Ferramenta importante na condução vitoriosa nas urnas, a Internet segue – e certamente continuará – inseparável do presidente eleito. Uma espécie de Gabinete Virtual. Obama busca na rede mundial de computadores sugestões para a sua administração, fornece um guia para o processo de transição, apresenta lista com questões mais importantes a serem resolvidas e oferece espaço para quem está disposto a batalhar por vagas em seu governo. A página CHANGE.GOV cumpre uma das promessas de Obama, que declarou que pretendia tornar o processo de governo mais transparente.
No discurso após a vitória, Obama disse que a “hora da mudança chegou à América”. Foi modesto: nos campos da política e comunicação, sua campanha se transformou em um marco mundial.
sábado, 8 de novembro de 2008
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