“Você não pode ensinar nada a um homem; você pode apenas ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo.” (Galileu Galilei)
Mídia e Poder foi uma grande oportunidade de reflexão sobre a profissão que escolhi.
Através de bibliografias, clássicos do cinema, trabalhos em grupos e propostas levantadas pelo Prof. Dimas, os encontros semanais na Cásper proporcionaram o debate de temas que muito raramente são discutidos em ambiente de trabalho.
Esmiuçar assuntos de relevância sobre vários ângulos de análise e estudo, com profundidade teórica e observações pessoais, é um riquíssimo exercício capaz mesmo no mundo acadêmico. Na correria do dia-a-dia, atropela-se a reflexão; prevalece o que já está ligado em “piloto automático”.
Concluo o semestre satisfeito com o que pude agregar ao meu repertório. Ficaria descontente se terminasse essa etapa da Pós com certezas, conclusões e nenhuma dúvida. O que me move é a busca por respostas a cada situação.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Avaliação
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
A Geração “C”
Recebi o link através de um amigo que atua com Tecnologia da Informação e considerei bastante propício compartilhá-lo, aproveitando o tema que estudamos com o professor Dimas. Intitulado TV1 Trend Report, o vídeo conta a história de Rafinha, de 16 anos, que nasceu e cresceu na era do mundo digital. Rafinha é o modelo de uma nova geração. A Geração “C”, de Conteúdo, Colaboração e Conexão. O trabalho apresenta a transformação que a Internet tem causado na vida das pessoas e das instituições. A narrativa mostra apenas o lado positivo da era web. Mesmo assim, é um documento interessante.
sábado, 8 de novembro de 2008
CHANGE (.com)
A palavra-chave utilizada pelo democrata Barack Hussein Obama para transportá-lo à presidência dos Estados Unidos não foi importante apenas para convencer eleitores na busca por votos. Change, ou mudança, em português, representou também a adesão popular pelo novo formato de mídia.
Obama é o novo e mais forte exemplo bem-sucedido dos efeitos decorrentes da comunicação digital. Sua campanha inaugurou uma forma de fazer política, em que a tecnologia digital permite o debate e o compartilhamento de idéias.
Obama explorou todas as possibilidades imagináveis da Web 2.0.
Através da Internet e dos aparelhos celulares, atraiu e envolveu milhões de norte-americanos em seu site e em redes sociais. Blogs, MySpace, YouTube, Flickr, Facebook, ringtones, widgets, loja virtual, espaços para debates on-line, newsletters, doação on-line… Em todos os espaços possíveis, os experts contratados pelo candidato exploraram suas estratégias digitais.
Exemplo de “político 2.0”, segundo o portal Brainstorm#9, o senador democrata demonstrou estar alinhado com a tendência digital em um de seus comícios. No Central Park, em Nova York, depois de um discurso empolgante, Obama convocou os presentes a se juntarem à campanha. Gritou em alto e bom som algo como “peguem seus celulares agora, digitem “Join” e enviem o SMS para o número X”. Foi o suficiente para que a multidão se conectasse à campanha através do mais “íntimo” dos seus aparelhos.
Curiosamente, o país que elege o candidato digital perde de goleada para o Brasil no quesito tecnologia nas eleições. Por aqui, as filas desapareceram e as apurações são quase que instantâneas, enquanto em território norte-americano o que se vê são filas imensas na corrida às urnas.
Obama, de 47 anos, tornou-se o 44º presidente da história dos Estados Unidos. Será o primeiro negro a chefiar a nação, que ainda carrega fortes lembranças do segregacionismo. Os bastidores da noite da vitória, como não poderia deixar de ser, ganharam destaque através de imagens no FLICKR.
A votação teve comparecimento recorde eleitores: quase 66% dos 153,1 milhões.
O especialista em marketing político digital, Moriael Paiva, deu uma informação interessante à Folha Online. Segundo ele, a vitória de Obama sobre John McCain poderia ser ainda mais esmagadora, já que apenas um a cada quatro eleitores dos EUA é jovem. “Essas pessoas usam muito mais internet do que assistem televisão. Se a gente fosse considerar só essa massa, da 'geração.com', o Obama ganharia de 62% a 31% do McCain”.
Como nem tudo é festa, uma preocupação pertinente foi lançada pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, em seu blog, aos “seguidores” de Obama: “Eles serão perseguidos pelo candidato 24 horas por dia, na internet, no celular, na TV? Será Obama, eleito, o Big Brother digital?”
Ferramenta importante na condução vitoriosa nas urnas, a Internet segue – e certamente continuará – inseparável do presidente eleito. Uma espécie de Gabinete Virtual. Obama busca na rede mundial de computadores sugestões para a sua administração, fornece um guia para o processo de transição, apresenta lista com questões mais importantes a serem resolvidas e oferece espaço para quem está disposto a batalhar por vagas em seu governo. A página CHANGE.GOV cumpre uma das promessas de Obama, que declarou que pretendia tornar o processo de governo mais transparente.
No discurso após a vitória, Obama disse que a “hora da mudança chegou à América”. Foi modesto: nos campos da política e comunicação, sua campanha se transformou em um marco mundial.
Obama é o novo e mais forte exemplo bem-sucedido dos efeitos decorrentes da comunicação digital. Sua campanha inaugurou uma forma de fazer política, em que a tecnologia digital permite o debate e o compartilhamento de idéias.
Obama explorou todas as possibilidades imagináveis da Web 2.0.
Através da Internet e dos aparelhos celulares, atraiu e envolveu milhões de norte-americanos em seu site e em redes sociais. Blogs, MySpace, YouTube, Flickr, Facebook, ringtones, widgets, loja virtual, espaços para debates on-line, newsletters, doação on-line… Em todos os espaços possíveis, os experts contratados pelo candidato exploraram suas estratégias digitais.
Exemplo de “político 2.0”, segundo o portal Brainstorm#9, o senador democrata demonstrou estar alinhado com a tendência digital em um de seus comícios. No Central Park, em Nova York, depois de um discurso empolgante, Obama convocou os presentes a se juntarem à campanha. Gritou em alto e bom som algo como “peguem seus celulares agora, digitem “Join” e enviem o SMS para o número X”. Foi o suficiente para que a multidão se conectasse à campanha através do mais “íntimo” dos seus aparelhos.
Curiosamente, o país que elege o candidato digital perde de goleada para o Brasil no quesito tecnologia nas eleições. Por aqui, as filas desapareceram e as apurações são quase que instantâneas, enquanto em território norte-americano o que se vê são filas imensas na corrida às urnas.
Obama, de 47 anos, tornou-se o 44º presidente da história dos Estados Unidos. Será o primeiro negro a chefiar a nação, que ainda carrega fortes lembranças do segregacionismo. Os bastidores da noite da vitória, como não poderia deixar de ser, ganharam destaque através de imagens no FLICKR.
A votação teve comparecimento recorde eleitores: quase 66% dos 153,1 milhões.
O especialista em marketing político digital, Moriael Paiva, deu uma informação interessante à Folha Online. Segundo ele, a vitória de Obama sobre John McCain poderia ser ainda mais esmagadora, já que apenas um a cada quatro eleitores dos EUA é jovem. “Essas pessoas usam muito mais internet do que assistem televisão. Se a gente fosse considerar só essa massa, da 'geração.com', o Obama ganharia de 62% a 31% do McCain”.
Como nem tudo é festa, uma preocupação pertinente foi lançada pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, em seu blog, aos “seguidores” de Obama: “Eles serão perseguidos pelo candidato 24 horas por dia, na internet, no celular, na TV? Será Obama, eleito, o Big Brother digital?”
Ferramenta importante na condução vitoriosa nas urnas, a Internet segue – e certamente continuará – inseparável do presidente eleito. Uma espécie de Gabinete Virtual. Obama busca na rede mundial de computadores sugestões para a sua administração, fornece um guia para o processo de transição, apresenta lista com questões mais importantes a serem resolvidas e oferece espaço para quem está disposto a batalhar por vagas em seu governo. A página CHANGE.GOV cumpre uma das promessas de Obama, que declarou que pretendia tornar o processo de governo mais transparente.
No discurso após a vitória, Obama disse que a “hora da mudança chegou à América”. Foi modesto: nos campos da política e comunicação, sua campanha se transformou em um marco mundial.
sábado, 25 de outubro de 2008
Perseguição?
Não bastasse a pressão pelo fim do diploma, agora os jornalistas se vêem diante de mais uma polêmica. O Ministério da Educação (MEC) pretende criar uma comissão para definir diretrizes básicas do curso de jornalismo.
Segundo o ministro, Fernando Haddad, o objetivo é assegurar a qualidade da formação dos jornalistas, profissão considerada por ele como central para o sistema democrático.
Hilário! Para não dizer trágico...
A educação, como um todo, é uma verdadeira baderna no Brasil. Ninguém se preocupa com ela. Se os políticos desse país fossem sérios, eles dariam especial atenção a esta pasta há muito tempo. No entanto, o que se constata, ano após ano, é o completo descaso.
Obviamente, o curso de jornalismo precisa de reforma. Um exemplo? A internet chegou firme para o mercado e as faculdades apresentam deficiência no tratamento a essa matéria.
Porém, o curso superior de formação de jornalistas é muito melhor do que de várias outras profissões.
Ao que parece, estão querendo cercear os profissionais de mídia.
Seria perseguição?
Segundo o ministro, Fernando Haddad, o objetivo é assegurar a qualidade da formação dos jornalistas, profissão considerada por ele como central para o sistema democrático.
Hilário! Para não dizer trágico...
A educação, como um todo, é uma verdadeira baderna no Brasil. Ninguém se preocupa com ela. Se os políticos desse país fossem sérios, eles dariam especial atenção a esta pasta há muito tempo. No entanto, o que se constata, ano após ano, é o completo descaso.
Obviamente, o curso de jornalismo precisa de reforma. Um exemplo? A internet chegou firme para o mercado e as faculdades apresentam deficiência no tratamento a essa matéria.
Porém, o curso superior de formação de jornalistas é muito melhor do que de várias outras profissões.
Ao que parece, estão querendo cercear os profissionais de mídia.
Seria perseguição?
sábado, 18 de outubro de 2008
Lindemberg, a mais nova “estrela midiática”
Tema de trabalhos e de reflexões nas aulas de Pós do Prof. Dimas, a espetacularização na mídia ganhou mais um capítulo nesta semana, em São Paulo.
Por não aceitar o fim do relacionamento com Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, Lindemberg Alves, de 22 anos, invadiu o apartamento da ex-namorada, em Santo André, no ABC paulista, segunda-feira (13/10). Iniciou um seqüestro que teve seu desfecho na sexta-feira (17/10), com um final trágico: Eloá, baleada na cabeça e na virilha, está internada em coma irreversível. Sua amiga, Nayara Rodrigues da Silva, de 15 anos, recupera-se de cirurgia após receber um tiro no rosto. A Polícia prendeu Lindemberg.
Algumas coberturas provocaram polêmica. O espaço dado pela Rede TV!, Record e Globo para o seqüestrador foi encarado como irresponsável e antiético, além de ter prejudicado a negociação.
O professor da pós-graduação em Jornalismo da ECA-USP e da Cásper Líbero, Laurindo Leal Filho, diz que a Rede TV! deveria ser punida por intervenção ilegal ao transmitir entrevista ao vivo com Lindemberg. “A emissora poderia ter sua concessão cassada”, disse o professor. “Na hora do crime, não se entrevista um criminoso. Ali, a intervenção deveria ser do Estado, da Polícia. As emissoras fizeram uma intervenção indevida”, afirmou.
Para Carlos Alberto Di Franco, professor e colunista do jornal O Estado de S.Paulo, o espaço dado pela mídia pode ter levado o seqüestrador a tomar atitudes dramáticas. Segundo ele, o “espetáculo” que o jornalismo televisivo promove, “com destaque para a TV Record”, poderia influenciar os “sentimentos” e as “ações” do jovem.
“Tudo isso vai dando a ele (Lindemberg) uma sensação de protagonismo, de importância, que transforma um ser humano que está em contravenção penal em uma estrela midiática”, avaliou Di Franco.
A reportagem do Comunique-se apurou que para a Polícia Militar as entrevistas com o seqüestrador atrapalharam as negociações. A assessoria de imprensa da PM disse que não autorizou ninguém a falar com Lindemberg.
Na tarde de quarta (15/10), a Rede TV! transmitiu entrevista ao vivo com o jovem, no programa A tarde é Sua. A emissora não quis comentar o fato.
A Globo transmitiu a entrevista no Jornal Hoje. A emissora e a TV Cultura não responderam à reportagem do Comunique-se.
A Record veiculou a entrevista com Lindemberg ao vivo no SP Record. Segundo a assessoria de imprensa, a emissora teria ouvido o jovem com autorização da PM.
Um capitão do Exército afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo: “Para esse tipo de ocorrência existem pessoas treinadas, especializadas. Às vezes, uma palavra errada da apresentadora coloca tudo a perder.”
A Bandeirantes afirmou que não veiculou nenhuma entrevista com o jovem.
O SBT informou que o advogado do rapaz entrou em contato com a emissora para oferecer a entrevista. O SBT não aceitou. “Nosso jornalismo resolveu não entrevistá-lo, não fazer sensacionalismo com a situação”, disse.
domingo, 12 de outubro de 2008
A nova Língua Portuguesa vem aí...
Depois de muitas conversas, negociações, agora é oficial: a partir de 1º de janeiro de 2009, a Língua Portuguesa praticada no Brasil será a mesma de outros países da comunidade lusitana. A reforma ortográfica será implementada com o objetivo de promover a simplificação e o aprimoramento da língua.
Durante um período de quatro anos (até 2012), estarão integradas as ortografias anteriores e a prevista no acordo. Com a medida, a língua portuguesa será alterada em 0,8% dos vocábulos no Brasil e 1,3% em Portugal.
“É o reencontro do Brasil com suas raízes mais profundas. Como avançar sem fortalecer a língua, como produzir bens culturais e didáticos sem uniformidade?”, discorreu o presidente Lula ao promulgar, segunda-feira (29/09), na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, o protocolo de modificação e regulação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Entre as principais mudanças, no Brasil estão o aumento do alfabeto para 26 letras, agora com a inclusão oficial de “K”, “W” e “Y”. O acento circunflexo não se usará mais em palavras terminadas em “êem” e “ôo(s)”. O trema será extinto.
Em Portugal, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola, Guiné Bissau, Moçambique e Timor Leste a grafia de algumas palavras será modificadas. As letras “C” e “P”, quando não pronunciadas, deixarão de existir em palavras, por exemplo, como “director” e “baptizar” (serão “diretor” e “batizar”, como no Brasil). A letra “H” deixará de ser utilizada no início de algumas palavras: “herva” e “húmido” e passarão a ser escritas como no Brasil – “erva” e “úmido”.
A nova regra passa a valer só no primeiro dia do próximo ano, mas o Portal iG sai na frente. Desde domingo (07/09), utiliza a nova ortografia identificada por uma marca visível sempre no alto da página. Além disso, um guia especial detalha e explica as mudanças na comunicação escrita dentro dos países falantes da língua portuguesa.
CLIQUE AQUI e confira a Especial produzida pelo Portal iG.
sábado, 4 de outubro de 2008
Diploma de jornalista: dias contados?
O que você acha de alguém que não tenha nem o Ensino Fundamental esteja no quadro de funcionários de uma redação exercendo a função de jornalista?
Revoltante? Pois é... Isso é o que pode acontecer caso o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o Recurso Extraordinário e acabe com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.
A polêmica se arrasta há muito tempo e está com seus dias decisivos. O julgamento deve acontecer ainda nesses últimos meses de 2008.
O direito à informação independente e plural é uma das mais expressivas conquistas da democracia brasileira e não pode ir parar na lata de lixo.
A FENAJ encomendou à Sensus uma pesquisa nacional sobre o tema e obteve uma resposta alentadora: de dois mil entrevistados, 74,3% responderam a favor do certificado.
A pesquisa foi realizada entre 15 e 19 de setembro, em 24 estados das cinco regiões brasileiras, com sorteio aleatório de 136 municípios pelo método da Probabilidade Proporcional ao Tamanho (PPT). A margem de erro é de cerca de 3%.
Apenas 13,9% dos entrevistados se mostraram contra o título profissional e 11,7% não souberam ou não responderam.
Para Sergio Murillo de Andrade, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), “esses números da pesquisa mostram que a população brasileira tem a real dimensão da importância do jornalismo para o país e que quer receber informações de qualidade, apuradas por jornalistas formados”.
Sérgio Murillo e uma grande parte da sociedade, dos mais diversos segmentos da sociedade, esperam que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que votarão a exigência do diploma, reconheçam os desejos da população e entendam que “o jornalismo precisa ser feito por profissionais com formação teórica, técnica e ética e que o jornalismo independente e plural é condição indispensável para a verdadeira democracia”.
A FENAJ disponibiliza em sua página na Internet o link para quem está disposto a assinar a lista: EU APÓIO A REGULAMENTAÇÃO
sábado, 20 de setembro de 2008
Reportagem on-line
Sobre a aula da última segunda-feira (15/10), trago à tona uma reportagem on-line superpremiada produzida pela NBC. Cinco dias após o atentado que assombrou o mundo, a rede de comunicação norte-americana estampou em seu site uma megaprodução on-line. O trabalho é exibido em flash, reunindo quase todos os elementos disponíveis para uma cobertura digital: áudio, fotos, infográficos, interatividade e entrevistas com autoridades, heróis, vítimas.
O resultado pode ser conferido neste link: THE DARKEST DAY.
Abaixo, algumas das principais imagens da cobertura:
O resultado pode ser conferido neste link: THE DARKEST DAY.
Abaixo, algumas das principais imagens da cobertura:
sábado, 13 de setembro de 2008
O Quarto Poder e a Ética
O trailer do filme O QUARTO PODER (Mad City, 1997), exibido pelo prof. Dimas durante a aula da última segunda-feira (01/09), logo me trouxe à tona um case.
Assistindo às imagens em que Dustin Hoffman interpreta o repórter Max Brackett, viajei no tempo e fui parar no mesmo 1997, ano de lançamento do drama dirigido por Costa-Gravas, um remake do clássico de Billy Wilder, A Montanha dos Sete Abutres (1951).
Há pouco mais de uma década, eu tinha nas mãos uma pauta que renderia, certamente, uma reportagem de repercussão mundial. Porém, engavetei um trabalho que, se para mim poderia render prêmios e reconhecimento, para o personagem principal poderia significar o fim da sua vida.
Eduardo Esídio é o nome do tal personagem. Jogador de futebol do Interior paulista, ele estava se transferindo para o futebol europeu quando descobri que a negociação não seria concretizada. O motivo: ele era mais um portador do vírus HIV. Era o primeiro caso de um atleta brasileiro vítima da AIDS.
Com as provas em minhas mãos e uma série de reportagem na cabeça, telefonei para o Eduardo. Era a única coisa que me faltava para publicar as matérias: a entrevista com o jogador. Desesperado, chorando, ele se surpreendeu pelo fato de saber que um jornalista havia tido acesso à informação. Disse que nem sua própria família sabia do assunto e desligou o telefone meio que ameçando a partir para uma "desgraça".
Diante de uma pessoa que poderia cometer suicídio por uma publicação assinada por mim, recuei. Expus o caso aos meus editores na redação do jornal A GAZETA ESPORTIVA e eles deixaram para eu decidir sobre a veiculação da notícia. Foram mais humanos do que profissionais... Meu lado humano - ou ético??? - também falou mais alto. Optei por dar tempo ao tempo para conseguir outras grandes reportagens.
Eduardo Esídio superou o drama, o constrangimento, o preconceito e os olhares desconfiados dos colegas de clubes e de adversários. No auge de sua carreira, ganhou a bola de prata na Europa por ter marcado 37 gols na temporada de 2000 pelo Universitário do Peru, o que lhe rendeu o título de segundo maior artilheiro do mundo naquele ano, ficando atrás apenas de outro brasileiro, Jardel, com 38 gols marcados pelo Porto, de Portugal.
Quando comparo os desfechos das histórias de Sam Baily (interpretado por John Travolta) no filme O QUARTO PODER e de Eduardo Esídio na vida real, tenho a sensação de que trilhei o caminho certo!
Assistindo às imagens em que Dustin Hoffman interpreta o repórter Max Brackett, viajei no tempo e fui parar no mesmo 1997, ano de lançamento do drama dirigido por Costa-Gravas, um remake do clássico de Billy Wilder, A Montanha dos Sete Abutres (1951).
Há pouco mais de uma década, eu tinha nas mãos uma pauta que renderia, certamente, uma reportagem de repercussão mundial. Porém, engavetei um trabalho que, se para mim poderia render prêmios e reconhecimento, para o personagem principal poderia significar o fim da sua vida.
Eduardo Esídio é o nome do tal personagem. Jogador de futebol do Interior paulista, ele estava se transferindo para o futebol europeu quando descobri que a negociação não seria concretizada. O motivo: ele era mais um portador do vírus HIV. Era o primeiro caso de um atleta brasileiro vítima da AIDS.
Com as provas em minhas mãos e uma série de reportagem na cabeça, telefonei para o Eduardo. Era a única coisa que me faltava para publicar as matérias: a entrevista com o jogador. Desesperado, chorando, ele se surpreendeu pelo fato de saber que um jornalista havia tido acesso à informação. Disse que nem sua própria família sabia do assunto e desligou o telefone meio que ameçando a partir para uma "desgraça".
Diante de uma pessoa que poderia cometer suicídio por uma publicação assinada por mim, recuei. Expus o caso aos meus editores na redação do jornal A GAZETA ESPORTIVA e eles deixaram para eu decidir sobre a veiculação da notícia. Foram mais humanos do que profissionais... Meu lado humano - ou ético??? - também falou mais alto. Optei por dar tempo ao tempo para conseguir outras grandes reportagens.
Eduardo Esídio superou o drama, o constrangimento, o preconceito e os olhares desconfiados dos colegas de clubes e de adversários. No auge de sua carreira, ganhou a bola de prata na Europa por ter marcado 37 gols na temporada de 2000 pelo Universitário do Peru, o que lhe rendeu o título de segundo maior artilheiro do mundo naquele ano, ficando atrás apenas de outro brasileiro, Jardel, com 38 gols marcados pelo Porto, de Portugal.
Quando comparo os desfechos das histórias de Sam Baily (interpretado por John Travolta) no filme O QUARTO PODER e de Eduardo Esídio na vida real, tenho a sensação de que trilhei o caminho certo!
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